quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cicatrizes têm seu valor

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Ao observar pessoas que gosto sofrerem com situações parecidas com as que já passei parece que não me assusto mais com essas dores. Talvez porque já tenha passado por cima de muita coisa, fico tranquilo porque sei que elas vão passar também. Parece meio coisa de pai e filho, mas é sempre bom cuidar das pessoas que a gente ama.

Resolver problemas é o que a maioria das pessoas odeia, mas muitos esquecem que viver é basicamente encontrar soluções e aguentar o tranco em todos os momentos. Por isso, acho que depois de um tempo a gente se acostuma com o sofrimento e ele não mais nos impede de viver, talvez por causa da essencial esperança de que amanhã pode ser melhor que hoje.

Nessa história toda vejo que quem permanece são as cicatrizes, que vão nos acompanhar pra sempre. Até fisicamente falando, fiquei em parte feliz quando “consegui” minha primeira cicatriz grande e visível. Qual criança brincou muito e nunca quebrou nada? É quase um troféu!

As cicatrizes provam que vivemos, que arriscamos, que sofremos, que aprendemos e que somos diferentes de antes. Elas servem como história para o presente e o futuro, já fecharam, diferentemente de traumas, que são as coisas que não resolvemos e que mais cedo ou mais tarde vão nos incomodar. De certa maneira, as cicatrizes nos deixam mais feios por fora e mais bonitos por dentro.

6 comentários:

  1. Texto de extrema qualidade literária e de uma relevância que PUTAKEOPAREO!!! Fui tocado por esse texto (sem viadagem). Obrigado por tê-lo escrito.

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  2. isso só me lembra de como sinto saudades das nossas conversas abstratas!

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  3. saiba que montei esse blog pq fiquei inspirado ao ler o seu! grande beijo!

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  4. Muito legal, Bijú!!!
    Na época de eu adolescente acreditava que se jogar e colecionar marcas fosse uma atitude que comprovasse minha juventude, que me faria me sentir vivo. Ainda hoje, não coleciono nada. No entanto comprovo, dia após dia, que as marcas do tempo, essas nas não deixam cicatrizes; mas saudades, dessas que não cabem numa vida inteira.

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  5. Adorei a analogia : Qual criança brincou muito e nunca quebrou nada?

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  6. Ju, acho q só brinquei muito aos 24 anos, caindo de moto rs

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